Damista Marcos André fala sobre o jogo de damas, títulos conquistados e o Campeonato de Verão em que organizou e venceu
Por Gilberto Dutra
Damista Marcos André, durante um jogo de damas. Imagem de arquivo cedida pelo entrevistado. |
O damista Marcos André Muniz Pacheco de Oliveira, tem 33 anos, estudante do 5º período de Direito, começou a jogar damas aos 14 anos, em 2000. Ele era engraxate e no tempo livre ficava olhando o jogo de damas na praça. Aquilo despertava sua curiosidade, pelo raciocínio das jogadas e ao observar, imaginava o que faria se estivesse na partida. Foi quando ele pedia para jogar e perdia, os adversários deixavam ele ter uma pedra de vantagem e mesmo assim ele era derrotado. E cada vez mais Marcos queria jogar, até que começou a igualar com os outros jogadores. Ele foi evoluindo em cada partida, começou estudar mais sobre o jogo e atualmente ele é um jogador de damas.
Naquela época, Marcos André ganhou de um amigo, um livro escrito por Waldemar Bakumenko, campeão no esporte. Então, ele foi estudando mais a fundo o livro, sabendo que são 64 casas no tabuleiro, representadas por letras de A até H e números de 1 a 8. Foi estudando o posicionamento de cada pedra. Através disso, ele começou ver que tinha competência pelo jogo. E completou: “aquele livro me ajudou muito nas estratégias, nas posições e eu vi que estava praticando a modalidade certa”.
Ao comentar sobre a preparação: “O jogo de damas é um jogo que exige e requer muita concentração, muita tática e muita paciência”, tem que tentar errar menos vezes. Sem concentração, o jogador de damas não faz uma boa partida. O jogo tem três fases: O início, que é a saída; o meio e o fim. Mas, de acordo com o nosso entrevistado, muitos conseguem executar bem as duas primeiras, mas erra na última. A pessoa que pratica damas precisa sair corretamente, controlar o meio do jogo e encerrar bem. A conclusão da partida é a finalização, no momento da contagem em que há igualdade de pedras entre os damistas e uma jogada pode determinar o vencedor da partida.
Marcos disse que na fase em que uma pessoa está com bem mais peças que o adversário, aqulele com quantidade menor sai prejudicado, pois com um número pequeno de peças, este pode perder o jogo. Quando cada jogador tem o mesmo número de peças, há a posição. Pois há casas fortes na dama, se o jogador colocar as pedras nestas, mesmo se o número ser igualitário com o outro damista, esse vai ter vantagens em cima do adversário. Há também, quando você chega na última casa, onde acontece a dama, dando vantagens a este jogador. Pois a dama pode avançar mais do que as pedras, diminuindo as chances do adversário e aumentando as suas de ganhar o confronto.
Sobre a visão de jogo, declarou que o jogador profissional enxerga melhor a partida. Percebe onde estão as casas fortes e não deixa o adversário avançar no jogo. Os que não conhecem, suas pedras não chegam nelas. “Mas aqueles que estão inseridos a muito tempo no jogo de damas e conhecem essas casas fortes, eles colocam essas pedras ali, sabendo que uma pedra marca duas, uma pedra marca três, duas pedras seguram três, e com isso, a pessoa tem uma certa vantagem naquele posicionamento no jogo”. As casas fortes são no momento em que o jogador põe uma pedra na frente da pedra cão com o nome de Gambito. Ali, ela marca duas do seu oponente. Caso o adversário monta nela, esta fica protegida. Ela te ajuda, bloqueando a que está na sua frente e de vez em quando a de trás também. Isso te favorece na partida.
De acordo com ele, para planejar as próximas jogadas, é preciso observar onde estão as pedras da partida. Vendo o próprio jogo e o do adversário, calcula, “porque o jogo de damas é um cálculo, é uma lógica, é algo onde você precisa raciocinar muitas vezes quatro, cinco seis jogadas na frente para que você possa conseguir vencer o seu adversário”.
Títulos, o Campeonato de Verão 2019 e o Jogo de Damas para ele
Marcos André , vencedor do Campeonato de Verão 2019. Imagem de arquivo cedida pelo entrevistado |
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